26 de junho de 2013

Let it go


Quando uma cerveja contem todo o peso da rotura, um copo é muito mais que o líquido que se bebe, contém toda a historia que não se consegue esquecer. Uma musica não é mais uma musica é sim a fonte das recordações que tão pesadas agora nos são, tudo aumentou de densidade, nada ocupa o mesmo espaço, as prioridades inverteram e as polaridades acompanharam-las nessa viagem de dor. Os restaurantes, os bares, os lugares onde éramos nós não me deixam mais ser eu, quero encontrar novos lugares, mas ainda não consigo e todo o mundo quer me empurrar nessa direcção, ninguém me deixa viver o meu tempo de pesar. O mundo tornou se pesado, a vida não tem sabor e deixei de acreditar, todos os seus condimentos tornaram se placebos que só eu vejo.

Staring


I stare at the phone wondering should I call? After I hear the tone my heart starts to jump. I hear her voice, my lips get dry, I try to focus but I'm left wondering... I'm amazed by the way you move me from the blink of annihilation to a super god that fears no one... I wish we were one, staring at the sun as it lays on a hot summer night and watch the moon take its place while we stand in silence smiling to each other...

Desconfias...

Porque paras na passadeira? Porque alguém te aconselhou a ter cuidado? A escutar antes de agir, a não correr descalço, mas como podes sentir o chão se evitas o contacto com ele? Levitas para evitar o sofrimento, mas só te traz solidão e dor... desconfias de ti próprio.

Beneath You're Beautiful


Não vou fugir, mesmo que me tentes parar vou permanecer forte, vou bater a essa porta até sangrar a mão, até rebentar os pulsos e não haver mais motivo nem forma de usar o meu corpo. Nada me vai deter, nem as muralhas que construíste, nem a concha onde te escondeste, nem a mascara que usas todos os dias para te protegeres, nem a tua descrença neste mundo que recusas ver que também eu faço parte. Deixa-me ver que se esconde por baixo, deixa-me ver o que se esconde aí dentro, quero saber-lo, quero ver-lo, quero sentir-lo, quero abraçar-lo! Deixa tudo ir, vais-te sentir melhor, vais ser mais tu, abraça o teu mundo e partilha-o com alguém que esta disposto a pagar a renda para aí viver. Salto sem amarras, sem rede de protecção, sem para-quedas, nada me vai proteger, vou partir os dentes, vou destruir o meu coração, mas permaneço eu. Recuso perder-me, ganho coragem, para continuar, vou gastar todo o dinheiro que tenho a telefonar-te, a enviar-te cartas, estou farto de conformismos, de compromissos, de ismos, não estou aqui para negociar-te, não estou aqui para fazer comércio, para alcançar compromissos, estou aqui porque o sinto, nada mais.  Mesmo que me atires de esse abismo, isso vai mudar alguma coisa? Enquanto não vir o que escondes, haverá sempre a curiosidade de querer mais, de querer sentir a sensação de estar aí, porque essa é a arte de ver: sentir; mas no fundo sou livre, só te busco porque quero, sou livre de ti, mas não sou livro de me sentir... assim.

19 de junho de 2013

The road

Dou um passo em frente, a minha perna sente o peso do meu corpo na estrada, o peso de cada pensamento que percorre a minha mente esmaga o meu coração vazio de sentimentos, sou uma concha vazia do meu ser... Quem sou eu agora? Que faço eu aqui? Para onde caminho? Qual o sentido de isto tudo? Se vamos todos morrer no fim... Se quando desaparecer nada fica... por mais que algum tempo, somos seres temporais, a nossa vida não é nossa, foi nos alugada, que sentido tem desperdiça-la em algo que não queremos para nós? Mas para viver há que comer, há que ter dinheiro, há que conviver numa sociedade com regras e agressões que nos debilitam a cada momento... Há que sofrer, há que experimentar a dor para saber dar valor aos Verões quentes, aos cruzar de olhos, às palavras que atiro ao vento, ao sorriso de estranhos que passam por mim na rua... Perco-me de palavras por não encontrar alimento para a angústia que cresce em mim, daqui a 15 anos quando te reler que pensarei? Que terei atingido na vida? Espero ser mais do que sou agora... ao menos isso...

18 de junho de 2013

Liberta-te...

Todos os momentos em que pensei sorrir, chorar, descansar o meu corpo algures, fogem agora de mim, não porque me tenha perdido, não porque tenha encontrado a felicidade, mas sim porque encontrei a vontade de me perder. Encontrei uma força que me empurra para o abismo, que me diz que no risco há recompensa, que na eventualidade da dor pode haver algo de bom a crescer! Estar a arriscar trocar uma dor por outra, podendo ser feliz no processo, é aliciante, poder sonhar, poder colar as asas com cera e voar para o Sol. Ser eu próprio e nunca negar o sentir, o viver, o chorar, o enternecer, o ansiar, a angústia que me contamina, mas que encontra a calma no som, na voz, no tocar entre distâncias e tempos. Perder a oportunidade de novo seria demasiado doloroso, não lutar, desistir, deixar fugir, para depois perceber que é demasiado importante para conseguir continuar sem algum tipo de lesão que me fará coxear para sempre. Sim, tento controlar tudo o que faço, penso e repenso no que dizer, no que fazer, vivo sonhado com os momentos, com o resultado das minhas acções, mas a verdade é que nem os meus sentimentos controlo. Não controlo nada e tudo me controla, tudo me faz ver sentimentos, emoções, desejos, certezas não as tenho, diria antes que são convicções, mas a verdade, por mais que custe, é que quando estou no momento não tenho dúvidas, sou todo certezas, sou todo medo, sou todo cobarde, espero poder dizer que era, que arrisquei que ganhei essa batalha, independentemente da guerra.