11 de abril de 2014

Incinerate


Chega a um momento nas nossas vidas em que os nossos olhos se abrem à mortalidade dos nossos corpos e à sua futilidade. Dar sentido à crueldade e sofrimento que existem neste mundo parece me impossível, mas afinal qual o objectivo de toda esta caminhada... Convenço-me que serve apenas para chegar ao outro lado onde não há nada... Tento acreditar que serve para ensinar a quem vem depois a ser melhor que nós, mas o processo de aprendizagem não funciona assim. Temos de errar para aprender, é a única forma, e quando somos jovens não queremos ser ensinados queremos aprender por nós ou acreditamos que já sabemos tudo. Esperamos sempre que o caminho seja longo, alias quando somos jovens creemos-nos imortais, nada nos pode parar, nada nos pode deter, somos maiores que a vida... Mas isso passa, o tempo muda a nossa perspectiva e de repente somos atacados pela doença da ânsia. Queremos fazer tudo e ser tudo porque um dia vamos ser nada, mas um nada com muitos carimbos e medalhas. Podemos sempre deixar-las para algum familiar. Tudo isto para sermos completos, para correspondemos ao desenho do homem pela sociedade, para sermos o que nos ensinaram. Ao longo do caminho perdemos o espírito jovem de querer aprender por nós porque já nao há tempo, temos de ser tudo agora...

9 de abril de 2014

Permanecer

Quero encontrar onde permanecer, o local que chamarei de lar, mas um lar é mais que uma localização é um espaço ficcionado na nossa cabeça. Um sítio idealizado, onde não vivemos sozinhos, onde os nossos amigos e família entram sempre e quando possível, mas onde estamos sós quando disso precisamos. Passa tudo por uma questão de equilíbrio que, sinceramente, é a chave da vida. Passamos do oito ao oitenta, mas como tantas vezes já disse, quero serenar, equilibrar, encontrar a rotina que me permite voar no trilho das pessoas e das coisas que realmente me fazem feliz.

8 de abril de 2014

Voltar a ser...


Respiro fundo, não encho o peito que é amigo da ansiedade, mergulho antes o ar no meu ventre para a afogar. Perco o equilibrio, escuto um ruido, dou tudo pelo som que me apraz! Não pela onda que vibra, mas pela emoção que ecoa no meu âmago, jamais a vou trair. Sinto-me a despertar em cada acordar entre os lençois, em cada noite de insónias e frustração, talvez ainda haja esperança em mim... de voltar a ser eu...

28 de dezembro de 2013

Untrue

Em toda a acção pergunto-me qual o objectivo, qual a consequência, qual o ganho, nego-me a simples arte de fazer, perco-me... Simplifica-te, mas não consigo, tudo me é impossível, demasiado para ocupar o espaço que digo ter disponível para acomodar, engano-me... Não controlo nada e o tempo passa, não vejo mudança, que tédio esperar...

11 de dezembro de 2013

Lost in time

Longe vai o tempo que vivia na mentira, na palavra escondida, na traição que me fizeste viver, na dor que senti, na verdade que me atingiu e me deu a desconfiança para não ser mais a mesma pessoa que era. Tudo parecia tão falso, todas as pessoas, todo o mundo, perdi confiança em mim, nos outros, na vida, queria desaparecer não existir neste mundo onde lutar é exigido, contra tudo e todos, sem perceber para quê. Não retiro culpas de mim mesmo, poderei ter dramatizado demais, mesmo vendo que me estava a perder, quis ser maior, quis ser melhor, tive orgulho em me julgar quase superior e no fim fui traído pela minha condição humana, sou igual aos outros, feito dos mesmo condimentos. Perdi-me na dor, perdi-me todo, o meu estomago cedeu, a minha vida descambou, afoguei-me numa cerveja, escondi-me num moscatel, perdi-me nessas ruas e avenidas da doença. A minha mente cedeu, a droga tomou conta do meu espirito, a creatividade deixou-me, era um zombie do mundo vivo, onde só queria dormir e não acordar, ou pelo menos, não sair da cama. Estes momentos tiveram um impacto demasiado profundo na minha vida, ainda hoje sinto as suas consequências, mas fi-lo a mim próprio, se tivesse alicerces para sustentar a queda, teria sobrevivido, mas não estava preparado, caí na espiral e acho que lhe tomei o gosto. Para recuperar apoiei-me nas pessoas, nos amigos, na familia, sem eles mesmos saberem, mas mesmo assim, confiar era algo que jamais queria fazer, relações eram ideias longinquas de outros tempos, vivia de ocasiões. Até que entraste na minha vida, não vou dizer que me salvaste, que foste a minha enfermeira, mas vou-te dizer que foste a minha companhia enquanto lambia as feridas que tinha. Não estava preparado para agarrar-te e no fundo deixei-te fugir, mas não posso deixar de te reconhecer. Se calhar enfeitei-te, engrandeci-te, mas o tempo passou, e continuas no mesmo sitio em que te deixei, mesmo depois de te fechar a porta, mesmo depois de embarcarmos em outras aventuras, é estranho, é irreal... E saber que não sentes o mesmo é complicado, saber que nos dizemos especiais, que nos abraçamos como mais, que nos beijamos como mais, que existira sempre essa tensão entre nós, faz me pensar que nada ira resolver o que sinto... Nem o tempo,  nem a resposta... Não sei que dizer, acobardo-me para não perder, mas não aguento. Arrisco, digo o que sinto...sofro, perco, ganho, não sei, mas tenho de ser eu, tenho pressa, angústia de sentir a vida , de te sentir aqui, de te fazer feliz, oxalá... A esperança guia-me na escuridão deste mundo em que vivemos...

9 de dezembro de 2013

Segui com a minha vida


Que é feito de ti? Como vão os teus dias? Quando se perde a pergunta e se foge à resposta, seguimos em frente, não fazemos caso. Uma conversa é uma rua com dois sentidos, nenhum deles proibido e o estacionamento é permitido, até mesmo em dupla fila. Se buscas algo onde não existe reciprocidade, buscas algo moribundo que acabará por apodrecer. No fundo, não podes ficar preso como um navio encalhado num banco de areia, deves levantar as velas e seguir para outro porto, sem saber se é bom ou mau. A vida é dinâmica, há uns anos tínhamos certos amigos, agora temos outros novos, perdemos alguns pelo caminho, ganhamos outros... transformarmos o nosso habitat social, ou melhor, transformou-se, que o nosso controle das coisas é muito mais fictício do que julgamos.

O tempo passa e nós com ele vamos, seguimos, não ficamos para contar a história, mas deixamos história para ser contada. Deixamos o cansaço dos dias trasladados em que tentámos ser algo melhor do que éramos, das experiências que singularizámos, das palavras que trocámos, das conversas que tivemos ao som do ruído branco da vida. Num deserto caminhamos sozinhos e no fim...
perdemos relações
ganhamos outras
tudo se transforma

20 de novembro de 2013

Looking back

A vida passa e que faço com ela? Não sei ao certo, a emoção, os momentos, os sentimentos furam todos os planos que fiz na minha cabeça. Daqui a uns anos vou olhar para trás e achar que andei a perder tempo, mas a verdade é que se não tivesses perdido esse tempo, provavelmente nunca chegaria à conclusão. No fundo, não há atalhos para aprendermos, melhor vibrar com o agora e deixar o amanhã vir da melhor forma que podermos. O futuro está sempre presente nas nossas vidas...

Random Thought VI

Por vezes tentamos demais, forçamos o acontecimento e nesse momento dizemos demais, fazemos demais... Quando tudo acaba e revermos os momentos, concluímos que não fomos nós, é triste. Quisemos ser mais, sem perceber que não temos de ser mais que aquilo que somos, não podemos é escondermos-nos de tudo.

Random Thought V

Um momento passa tão depressa que nem temos tempo para o agarrar, talvez porque estamos demasiado ocupados ou porque ainda estamos a limpar o passado que nos preencheu. Tento viver mais, agarrar os momentos, arriscar, porque não? O jogo é igual em todos os sítios só mudam as odds e os jogadores...

Moon Walking

Quanto mais pensas na vida, mais ela te escapa, a verdade é que viver é muito mais que respirar, é ter expectativas, egos e orgulho. É ser egoista, senão fossemos egoistas não esperavamos nada da vida, porque no final de contas, ela não é posse nossa... mas até morrermos está tudo sobre nosso controle?! Não controlamos nada, nem os nossos corpos, nem os passos que damos neste planeta Terra.

27 de julho de 2013

Random thought IV

Perdido na rua, no álcool da amargura do ser, sofrer por fazer sentido... Por tentar que as pessoas sejam mais que simples veículos, simples sacos de carne a espera da sua vez no matadouro da vida! Qual o sentido disto? Não sei e dúvido que alguém consiga dar resposta... Bebo mais um tercio, tudo se confunde, tudo se funde neste pote que é o mundo... Em que vivemos.

Tick tack

O tempo corre, a vida caminha, nesta corrente de pensamentos que tem foz em mim. Desagua no meu ser, cai da catarata do meu cérebro, que sou eu, quem sou, que faço aqui, qual o sentido de tudo isto? Quem quero ser? Não quero combater o passado, quero construir o futuro, sem tédio, sem excesso de bagagem. Quero trocar as minhas milhas por um upgrade por um momento melhor, por crescer, por viver, por mim, para mim, com todos, com tudo... Deixa-me ser, deixa-me partir não quero ficar aqui...