22 de fevereiro de 2012

Efémera

Coisa efémera, que dura tão pouco, que nasce tão esguia, que meus dedos não te conseguem apertar. No fundo não sei se quer se tento, se apenas me vejo fora do meu corpo, como que numa miragem, tentando apertar o tempo. Nascido ontem, morto hoje, o tempo é curto, a morte abrupta, o peso morto que cai pelo poço do vazio, são efémeras estas palavras, pois amanhã será outro dia.

Este mar...

Este mar, no qual me perco sem saber,
nestas ondas que me destroem.
Esta raiva, esta dor, sofre, sofre meu amor,
porque não há renuncia do sentimento, sem o aumento do vazio,
sem me perder na penumbra da sombra da noite não convidada.
Caminho por ruas, sem luz, onde as figuras se desfiguram a cada passo,
a cada pé que estilhaça como uma bala, no lago de água de cada lágrima caída,
no vale dos meus braços, onde repouso a minha mente... dormente e adormeço...
Neste mar, que se acalmará dia após dia até vir uma nova tormenta... até vir um novo fogo,
uma nova alma, que me faça sonhar com a luz de um verão quente...