A vida ensina-me algo novo todos os dias, por mais que não o queira ver. A verdade é que me pressiono a ter algo, a ser mais, e isso sobra para os outros. Lendo tudo o que escrevo aqui acabo por ver que tenho uma ferida aberta há muito tempo, que caminho numa espiral, sempre em direcção ao mesmo ponto. Podia passar dias sem falar, sem dizer uma palavra, tentando encerrar o sentimento, mas a verdade é que o que sinto não mudou assim tanto. Talvez eu já não seja a mesma pessoa, talvez a distância me leve a amplificar as coisas, não duvido nada. Tenho de aprender a controlar as minhas expectativas, a serenar um pouco. Sim, não tenho respostas, só tenho perguntas, o que significa que nada mudou, mas no fundo estou impaciente, angustiado. Quero ser honesto, sinto-me cansado de esconder por medo de perder, a honestidade vem a um preço e não me sinto disposto a pagar-lo. Em parte, não estou a viver assim, mas acho que no fundo há uma tendência egoísta que tenho, quero provar que tenho razão, ou melhor, que aquilo que vislumbrei é mesmo realidade e que não foi algo que apenas eu sonhei, que inventei, mas perco-me por achar que isso não vai ser útil para ninguém. É uma doença, da qual me quero livrar. Se calhar já faz parte de mim, sereno... No fundo, não posso forçar a minha presença, não posso pedir que reconheçam quem sou e o que significo, a arte de dar sem receber requer paz de espírito e prática, tenho de voltar aos treinos, há muito tempo que simplesmente não dou nem recebo... simplifica-te e conquistas-te a ti mesmo, então poderás partir à descoberta do mundo dos outros.
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