Em toda a acção pergunto-me qual o objectivo, qual a consequência, qual o ganho, nego-me a simples arte de fazer, perco-me... Simplifica-te, mas não consigo, tudo me é impossível, demasiado para ocupar o espaço que digo ter disponível para acomodar, engano-me... Não controlo nada e o tempo passa, não vejo mudança, que tédio esperar...
As decisões na minha vida passam por mim, os erros são meus, os sucessos também...
28 de dezembro de 2013
11 de dezembro de 2013
Lost in time
Longe vai o tempo que vivia na mentira, na palavra escondida, na traição que me fizeste viver, na dor que senti, na verdade que me atingiu e me deu a desconfiança para não ser mais a mesma pessoa que era. Tudo parecia tão falso, todas as pessoas, todo o mundo, perdi confiança em mim, nos outros, na vida, queria desaparecer não existir neste mundo onde lutar é exigido, contra tudo e todos, sem perceber para quê. Não retiro culpas de mim mesmo, poderei ter dramatizado demais, mesmo vendo que me estava a perder, quis ser maior, quis ser melhor, tive orgulho em me julgar quase superior e no fim fui traído pela minha condição humana, sou igual aos outros, feito dos mesmo condimentos. Perdi-me na dor, perdi-me todo, o meu estomago cedeu, a minha vida descambou, afoguei-me numa cerveja, escondi-me num moscatel, perdi-me nessas ruas e avenidas da doença. A minha mente cedeu, a droga tomou conta do meu espirito, a creatividade deixou-me, era um zombie do mundo vivo, onde só queria dormir e não acordar, ou pelo menos, não sair da cama. Estes momentos tiveram um impacto demasiado profundo na minha vida, ainda hoje sinto as suas consequências, mas fi-lo a mim próprio, se tivesse alicerces para sustentar a queda, teria sobrevivido, mas não estava preparado, caí na espiral e acho que lhe tomei o gosto. Para recuperar apoiei-me nas pessoas, nos amigos, na familia, sem eles mesmos saberem, mas mesmo assim, confiar era algo que jamais queria fazer, relações eram ideias longinquas de outros tempos, vivia de ocasiões. Até que entraste na minha vida, não vou dizer que me salvaste, que foste a minha enfermeira, mas vou-te dizer que foste a minha companhia enquanto lambia as feridas que tinha. Não estava preparado para agarrar-te e no fundo deixei-te fugir, mas não posso deixar de te reconhecer. Se calhar enfeitei-te, engrandeci-te, mas o tempo passou, e continuas no mesmo sitio em que te deixei, mesmo depois de te fechar a porta, mesmo depois de embarcarmos em outras aventuras, é estranho, é irreal... E saber que não sentes o mesmo é complicado, saber que nos dizemos especiais, que nos abraçamos como mais, que nos beijamos como mais, que existira sempre essa tensão entre nós, faz me pensar que nada ira resolver o que sinto... Nem o tempo, nem a resposta... Não sei que dizer, acobardo-me para não perder, mas não aguento. Arrisco, digo o que sinto...sofro, perco, ganho, não sei, mas tenho de ser eu, tenho pressa, angústia de sentir a vida , de te sentir aqui, de te fazer feliz, oxalá... A esperança guia-me na escuridão deste mundo em que vivemos...
9 de dezembro de 2013
Segui com a minha vida
Que é feito de ti? Como vão os teus dias? Quando se perde a pergunta e se foge à resposta, seguimos em frente, não fazemos caso. Uma conversa é uma rua com dois sentidos, nenhum deles proibido e o estacionamento é permitido, até mesmo em dupla fila. Se buscas algo onde não existe reciprocidade, buscas algo moribundo que acabará por apodrecer. No fundo, não podes ficar preso como um navio encalhado num banco de areia, deves levantar as velas e seguir para outro porto, sem saber se é bom ou mau. A vida é dinâmica, há uns anos tínhamos certos amigos, agora temos outros novos, perdemos alguns pelo caminho, ganhamos outros... transformarmos o nosso habitat social, ou melhor, transformou-se, que o nosso controle das coisas é muito mais fictício do que julgamos.
O tempo passa e nós com ele vamos, seguimos, não ficamos para contar a história, mas deixamos história para ser contada. Deixamos o cansaço dos dias trasladados em que tentámos ser algo melhor do que éramos, das experiências que singularizámos, das palavras que trocámos, das conversas que tivemos ao som do ruído branco da vida. Num deserto caminhamos sozinhos e no fim...
perdemos relações
ganhamos outras
tudo se transforma
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