23 de abril de 2013

O bonzinho




Basicamente, não costumo fazer tempestades de algo que não vá dar em nada, ou seja, se algo aconteceu e se não há nada que se possa fazer para o alterar, não vale a pena armar o circo ou muito menos tomar uma acção drástica. Claro não se deve deixar que se repita, isso é outra questão, aí trata-se de mitigar riscos, que não é esse o intuito deste devaneio. Exemplo: alguem ficou de marcar as reservas do hotel e enganou-se, só damos pelo erro ao chegar ao hotel, que fazer? Desancar essa pessoa à frente de todos, berrar, etc, enquanto os gajos do hotel assistem em silêncio? Que produz essa acção além de uma figura de otário? Nada, por isso, resolve-se o problema, arranja-se outro quarto ou outro hotel, dorme-se no carro o que seja, só depois de se resolver o problema devemos definir o que fazer em relação ao passado. Ai, para mim claro, já vem outro analise em relação à pessoa que fez a acção danosa e as consequências reais dessa mesma acção. No caso do quarto do hotel, perdemos dinheiro, não me parece assim algo tão grave a não ser que tenha sido uma semana inteira de férias por água abaixo, mas mesmo ai, olha é dinheiro, podia ser pior. Para estares a alugar hotel com pessoas, é porque deves ter algun tipo de relação com elas, normalmente são amigos, olha que fazer a malta gosta deles. Claro podes sempre arreliar-los, obrigar-los a andar nus a correr pelo hotel ou algo assim idiota, diria que se são teu amigos já perceberam o erro que fizeram, não adianta muito o sermão, não são crianças. Se são crianças, deve-se aplicar o devido correctivo na devida altura, para que elas percebam o que se passou e não passado 2 horas, porque não vão associar o castigo à acção, detalhes.
As pessoas erram, essa é a maior verdade, eu também erro e acreditem que muitas vezes. Por vezes torna-se ridiculo como tomo muitas decisões, não só porque são as melhores para mim mas também por serem as mais correctas. Quero dizer que se calhar na minha essência a minha vontade seria mandar a pessoa que reservou os bilhetes tres dias abaixo de Braga por o ter feito, mas como não vou ganhar nada com isso, não o faço, não sei se me faço entender, mas o ser bonzinho tem muito que se lhe diga. A minha acção seria "boa", mas os motivos foram baseados somente na minha pessoa, fui "egoísta" na minha decisão. Será que isto prova que o egoísmo tem o seu lugar na sociedade? Humm, tema para outra conversa.


Não deixa de ser engraçado que uma decisão racional de logica e de utilidade corresponda também no sentido pratico a uma decisão ética, mostrando que as duas se podem associar e misturar se assim o entendermos. Evoluindo melhor a ideia de a pessoa que praticou q acção ter influência na nossa relação parece me bastante obvio, se é uma pessoa que gostas, em geral, temos uma relação mais moderada, não vou esticar mais a corda nesta parte. A verdade é que o que para mim é interessante é o raciocínio por detrás e a motivação, olho por olho dente por dente. No fundo não vale a pena lutar contra quem somos, ha sempre aproveitadores e abusadores, temos de os manter a distancia e esperar que as pessoas que nos rodeiam sejam tão bonzinhas como nós, o homem sábio erra, mas assume a responsabilidade e consequência dos seus actos.

P.S.: escrito no tablet e tenho preguiça de rever o portiñol :-)

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