Chove lá fora, mas cá dentro parece a Primavera...

Lá fora está frio, estamos em pleno Inverno, o termómetro marca 7 graus e sabia bem era estar à lareira, sentado no sofá, ao ritmo das conversas casuais. A verdade é que estou sentado num espaço aberto cheio de pessoas que trabalham em comunicações, mas não comunicam, apenas se limitam a pressionar furiosamente no teclado, como se ele fosse culpado de toda a frustração que sentem na vida. Todos temos problemas, mas parece que há alturas em que tudo se diluí por entre as nossas mãos, não porque percamos a capacidade de agarrar ou de controlar a situação, mas porque deixa de ser um peso insuportável. A chuva limita o nosso caminho, não podemos caminhar livremente, mas por entres essas fronteiras sentimos de novo algo a crescer, a transformar-se. Apesar de o caminho ser estreito, conseguimos erguer a cabeça e olhar em frente, cada passo é agora dado sem cuidados com chão que se pisa, cada passo é dado em frente para um objectivo, através de montes, vales e planícies. Já não se olha a obstáculos, tudo parece-me mais pequeno... Janeiro foi provavelmente um mês como não tive outro há muitos anos, em parte por culpa de tudo o que se passa, de tudo o que mudou, o melhor é que as coisas estão muito naturais. Poder falar abertamente com alguém é o melhor do mundo e sentir o mesmo do outro lado, é o melhor de dois mundos em colisão! Há sempre pedras no sapato, mas resolvi descalçar-me, é mais simples, faz feridas, mas anda-se mais um pouco e tudo passa com o tempo. E tudo se esclarece com uma conversa honesta e confiança...