O cansaço de todas as ilusões e de tudo que há nas ilusões - a perda delas, a inutilidade de as ter, o antecansaço de ter que as ter para perdê-las, a mágoa de as ter tido, a vergonha intelectual de as ter tido sabendo que teriam tal fim.
A consciência da inconsciência da vida é o mais antigo imposto à inteligência. Há inteligências inconscientes - brilhos do espírito, correntes do entendimento, mistérios e filosofias - que têm o mesmo automatismo que os reflexos corpóreos, que a gestão que o fígado e os rins fazem de suas secreções.
In Livro do Desassossego
Apenas mais um dos heterónimos de Fernando Pessoa ou há algo mais nele? Não sei responder, mas encontro na sua prosa um recanto...
1 comentário:
quem somos nós? cadavéres adiados? bestas que procriam?
tudo ou nada?
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