28 de janeiro de 2008

Diário de Bordo

Num canto escuro e sombrio sento-me e aconchego-me no negrume do meu ser, o frio penetra-me os sentidos e deixo de sentir-me eu. Hoje relembro-me desse tempo com carinho, talvez nessa altura eu tenha sido realmente eu, talvez por isso tenha sofrido as consequências de tal aspiração e agora que sou eu, sou frio, calmo, mas consciente de mim e assim evito sentir-me, evito sofrer, evito parte da minha felicidade possível por uma calma constante...
Viro as páginas do meu desatino e nele te vejo escondida, refugiada na tua duplicidade de sentidos e sentimentos não vividos, apenas experimentados pela única razão de tentar sentir, sem realmente o querer fazer.
Nada, agarra as tuas asas e não te deixa voar, fixa os teus passos sem te deixar andar e que podes fazer para te soltar... Nada... Não existe fuga possível, nenhum refúgio, nenhuma cidadela onde possas pernoitar em segurança, pois Nada te quer apanhar, Nada te quer prender e tu que fazes? Nada! Prendes-te ainda mais a isso que é Nada e esperas que tudo esteja ao virar da esquina.
Num embaraço desmistificante desapontas-te a ti próprio e pensas que tudo vai ficar bem, mas vez que nada o está... és irreal... és banalizante... de ti mesmo.

P.S.: Criado no dia 12 de Agosto de 2004, encontrei o txt algures no meu pc de casa :)

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