9 de janeiro de 2008

Mais um dia...

E heis que começa mais um dia na minha vida, diferente, mas igual, especial, mas banal. O tempo passa e a minha cabeça lateja cada vez mais, mas que dor infernal. Não quero ir dormir, a vida em mim persiste não quero desistir, mas esta canção tão triste faz-me tão bem! Perceber a razão é o meu sentido, compreende-lo é o meu alimento, morrer de fome por este saber que avidamente me tortura é o meu vício. Mais um ano passou desde o último dia 9, passou-se tanta coisa que não cabe neste blogue, muito menos neste post. O ano passado fiz 10 cadeiras, às vezes até a mim me surpreendo, no entanto este ano é que é a doer, é agora que ou vai ou estoira! Mas a minha vida, não é só estudo, também tenho os meus amigos que continuam perto de mim, outros voltaram, uns partiram, é o ciclo da vida e de tudo o que nos rodeia. Já não somos crianças, mas que nunca em nós morra a criança que vê jibóias fechadas num simples desenho. A imaginação é o limite e o limiar que nos leva à loucura de sermos, de rirmos, de chorarmos, de torrarmos o cérebro em coisas sem nexo... Como me apetecia agora um copo de moscatel, uma troca de palavras, uma música de fundo do tipo "dá-me a tua melhor faca, para cortarmos isto em dois... e amanhã esquecer", um ambiente no qual eu poderia morrer em mim a todo o segundo, num estado de perpetua estupidez sadia... Neste momento já escrevo quase por escrever, tudo o que me vêm à cabeça é escrito, com maior ou menor velocidade. Já algum tempo que não escrevo um post que leve as pessoas a comentarem, parece que finalmente o alien chegou a Marte onde não há vida visível senão o reflexo num espelho que tiro do bolso. "Mãe eu quero morrer mãe, eu quero desnascer! Ir-me embora, sem sequer me ir embora." As frases mais simples e que parecem tão simples e triviais de se interpretarem, são as que mais me fascinam, pois quem pensa que assim são ignora o significado escondido por trás da sombra da ilusão. Fico à espera que o estuque caia do meu tecto, olho e ele não se mexe ou serei eu que estou parado nesta visão, os meus olhos congelaram e a imagem não se altera.
Há um ano o meu coração estava vazio, hoje está pesado, será que está cheio? Sou uma pessoa confusa, mas aprendo e redefino o meu dom da paciência, às vezes paranóico, mas outras vezes completamente sóbrio. Este talvez seja o post mais estranho que tenha escrito, provavelmente quando reler, vou ficar abismado com a quantidade de barbaridades eloquentes que sou capaz de vociferar por linha de texto corrido. Retiro-me deste prazer, renego-me ao meu demente leito, a vida não é minha, mas o tempo é o que eu faço dele. "Eu queria tanto parar aqui!" Vou parar, olhar-te a fundo, beber-te, saborear cada gota de ti que cai em mim... Ler cada frase que escreves com o teu olhar, declamar cada poema que o teu sorriso imprime no meu imaginário. "Mostra o teu jogo, eu pago para ver..." Escondemos-nos uns dos outros, jogamos jogos, deixamos de fazer algo porque racionalizamos, mas somos apenas humanos, imperfeitos, loucos perdidos neste asilo sem médico à vista, nem cura, quanto mais doença. Acho este discurso de um teor pseudo-intelectual que me aborrece, uma verdadeira conspurcação do meu blogue, mas como ninguém comenta mesmo, que se lixe! Escrevo o que me apetece, digo as minhas baboseiras, mais vale escreve-las que as impingir às pessoas que não têm a culpa da minha psicose profunda. Talvez um dia escreva algo com nexo, por agora fico-me pela minha dislexia cerebral que tanto gosto e aprecio. Alguém se arrisca a comentar e a dizer algo com jeito? Duvido...

P.S.: Quero agradecer aos Linda Martini pela música que me inspirou ao longo de todo este post...

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