23 de janeiro de 2008

Sobre a morte

Quando nascemos a única certeza absoluta na vida é a morte, é o desfalecimento do corpo e o não sabermos se temos espírito ou se mesmo que tenhamos ele irá para algum lugar. Este mistério irá alimentar e destruir a alma de muita gente ao longo da existência da humanidade, como o tem feito até hoje.
Cada dia que passa é apenas mais um na longa caminhada, o futuro é incerto, mas como seres humanos que somos, apesar de sabermos o nosso fim sonhamos, rimos, choramos, tentamos viver apesar de tudo. E penso que é esta vontade de viver, apesar da certeza do fim, que nos torna o que somos, que nos faz especiais, é que mesmo sabendo que as coisas vão correr mal lutamos por algo melhor. Quando alguém parte do nosso mundo há sempre parte de nós que morre com eles, parte de nós que se torna moribunda e nos corroi, nos faz chorar, nos faz ter raiva do facto, nos faz tentar culpar alguém ou algo, apesar de sabermos que era um facto inevitável, mas esperávamos sempre que fosse mais tarde... Mas o que doí mais, é o silêncio que se cria, o vácuo em que se torna o mundo em que vivíamos. Sentimos-nos sugados a cada momento para um buraco negro e sem nos apercebermos estamos à beira do abismo, choramos, tentamos-nos erguer, mas estamos rodeados de dor e sofrimento... Só nos resta a memória do passado e olhar para o futuro por mais doloroso que seja...

P.S.: Retirado de um comentário meu no blogue http://falhadadavida.blogspot.com/2007/12/in-memorium.html
Resolvi partilhar com todos...

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