7 de setembro de 2007

As palavras que escrevo

Será que as palavras que escrevo definem o que eu sou ou são apenas vítimas do meu estado circunstancial do momento. Mas este estado circunstancial do momento não dependerá um pouco da minha própria manifestação? E se depende em que proporção? Com que intensidade? De que mais dependerá?
Uma resposta óbvia e simples será: "depende do contexto". Parece-me óbvio, mas não será antes da avaliação que fazemos desse contexto. Então as palavras que escrevo são vítimas da minha percepção momentânea que é influenciada pelo meu ser e pelas minhas experiências.
Mas por que vim falar de palavras? Simples, vivemos no mundo em que cada vez mais a palavra escrita ganha força. Não porque lemos mais livros, mas sim porque a comunicação quotidiana é feito por sms, ims (msn, gtalk, icq, skype, irc, xfire, etc.) e por e-mail, em vez da corriqueira conversa no café ou na esquina. Culpamos a falta de tempo, o mudar dos tempos e a distância/comodidade. Mas não estou aqui para atribuir culpas.
Como diria o Saint-Exupéry "Language is the source of misunderstandings." e a escrita ainda mais, pois as expressões faciais e corporais revelam-nos o tom da conversa.
Quantas vezes damos por nós a escrever uma frase que achamos querer significar uma coisa que para outra pessoa lhe passa "ao lado", não lhe diz nada, ou então tem um significado adverso do por nós escolhido.
"É a falar que agente se entende" e mesmo assim às vezes as coisas não correm bem.
Como diria o Nietzsche "há camaradagem: pudesse haver também amizade", as palavras nunca ficariam sozinhas, por se explicar... não seriam vítimas!
Life has taught us that love does not consist in gazing at each other, but in looking outward together in the same direction. - Saint-Exupéry

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