As decisões na minha vida passam por mim, os erros são meus, os sucessos também...
16 de setembro de 2007
Derrame visceral
Sinto-me anémico, polémico, sem saber o que fazer perante a estranheza desta situação. As palavras que ouço, as que digo, as que trocamos, perturbam-me.
Tudo faz sentido, mas apenas o faz porque parte de mim assim o vê, sinto-me fragmentado. Recolho um membro da sarjeta e repenso, talvez vislumbre aquilo que não existe; nego aquilo que desconfio ser. Inebriado pela minha solidão empolgo-me, talvez não esteja preparado para sentir de novo, talvez precise de mais tempo para desfalecer lentamente...
Perco-me no meu próprio monólogo errante, mas no fim estou dilacerado. Sinto uma ferida profunda a reabrir, uma nova lâmina a me perfurar e no fundo pergunto-me para quê?
Que razão se esconderá por trás disto? Vendo que o que imagino, o que sonho, o que tento negar, por não querer sofrer, por ter perdido vontade de sentir, é impossível sem o fim do teu eclipse...
Lua, feiticeira do meu olhar, fazes-me querer voar para lá de mim, ser mais forte, mas também me assustas, também me fazes cobarde, velhaco e tornas meu corpo inócuo. Apenas me resta o tempo, que no fundo é distância, talvez daqui a 6km saiba o que sentes, ou aquilo que dizes sentir e depois caberá a mim acreditar nas tuas palavras ou desconfiar dos teus sinais.
Quem sou eu afinal no teu mundo ébrio e desolado no qual escreves os teus versos de mel e fel? Serei eu Hefesto ou Ares, qual escolherás Afrodite?!O certo e o errado, o bem e o mal, a verdade e a mentira, tudo se conjuga, tudo se baralha, mas no fim tudo irá se revelar...
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2 comentários:
Sabes, creio que sei exactamente o que sentes. Não é bom pois não?A dúvida, o ponto de interrogação de adormece e acorda contigo todos os dias e que por muito que tu tentes e penses em outras coisas, ele lá está, latente à espera de um espacinho para entrar na tua mente e comandar de novo tudo o que hà em ti.
Não sejas Hefesto nem Ares (já deves saber a confusão que esse triângulo amoroso deu na altura), sê tu próprio. That's all your Afrodite will ever want.
P.S. - O grito de Munch, simplesmente genial.
Acho que tocaste numa parte do texto. A dúvida, a angústia da não resposta à dúvida, mas escapa-te outra parte. Quanto à questão do triângulo, a minha visão não era eu ser uma das personagens, mas sim estar preso no dilema de ser um dos homens na vida de Afrodite, o "escolhido" e o "outro". E é mesmo daí que surge a dúvida que descrevo, a necessidade do fim do eclipse, ou seja, do desalinhamento entre a Lua e a Terra, para que o Sol também a veja. O tempo de espera para que a situação se defina, para que a pessoa saiba que não está a ver coisas onde elas não existem. É da minha experiência que apenas o tempo revela estas coisas e se não tivermos paciência, tudo se torna fútil. E depois é claro tudo depende da Afrodite!
Deve ser a primeira vez, que tenho prazer a descrever um "fingimento" :D I'm a naked bus driver.
"Jerry Falk: Dobel, you're a madman.
David Dobel: Yeah, that's what they said in Germany. You know there were actually groups in Germany called "Jews for Hitler"? They were deluded, they thought he'd be good for the country. They trusted a naked bus driver, never trust a naked bus driver. " Anything Else
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